Dogue Alemão
INTRODUÇÃO E HISTÓRIA
O cão que conhecemos hoje como o Dogue Alemão inicia sua história com cães do tipo "mastim" retratados em esculturas, imagens e escritos que datam de 3.000 a.C. Esses cães foram usados como caçadores ferozes e temidos como cães de guerra, sendo altamente valorizados por sua força, ousadia e lealdade. Com o passar do tempo, esses cães começaram a ser criados seletivamente em vários países ao mesmo tempo e foram conhecidos por muitos nomes. Na Alemanha, onde serviram originalmente como cães de caça e cães de guarda para propriedades baroniais, eram chamadas de “Deutsche Dogge” e se tornaram o cão nacional em 1870.
Somente em 1879, estes cães de morfologia semelhante foram reconhecidos e registrados sob a denominação “Deutsche Doggen” (Dogue Alemão em português). Este reconhecimento, coordenado pelo Dr. Bodinus, foi a pedra fundamental para a criação de uma raça canina alemã autônoma. O primeiro padrão para o Dogue Alemão foi redigido no ano seguinte, por ocasião de uma exposição canina realizada em Berlim, o qual desde então está sob os cuidados do “Deutsche Doggen Club 1888 e. V.” (Clube do Dogue Alemão 1888). Uma série de padrões estavam sendo adotados e um cão de aparência mais refinada estava sendo desenvolvido; na Inglaterra, com cruzamentos entre esses cães e galgos. Enquanto isso, em meados de 1800, alguns columbófilos dos Estados Unidos começaram a importar cães, principalmente da Alemanha. Um clube de raças especiais foi organizado em 1889, que evoluiu para o The Great Dane Club of America em 1891.
Hoje, o Dogue Alemão desempenha uma variedade de funções. Como companhia, protetores, caça ou cães de trabalho. A versatilidade do Dogue Alemão, inteligência e adaptabilidade o tornaram extremamente popular, assim como seu tamanho, elegância, a simetria e a postura resultam no belo animal que chamamos de O Apolo dos Cães.
APARÊNCIA GERAL
O Dogue Alemão combina, em sua aparência nobre, dignidade, força e elegância com grande tamanho e um corpo poderoso, bem formado e suavemente musculoso. É uma das gigantes raças de trabalho, mas é a única que sua conformação geral deve ser tão bem equilibrada que nunca pareça desajeitado e deve se mover com um longo alcance e um impulso poderoso. Um Dogue Alemão deve ser espirituoso, corajoso, nunca tímido; sempre amigável e confiável. Esta combinação física e mental é a característica que dá ao Dogue Alemão a majestade que nenhuma outra raça possui.
Um Dogue Alemão é sempre uma unidade - o Apolo dos cães- e a ausência do verdadeiro tipo da raça Dogue Alemão, conforme definido neste padrão, é a falta mais séria. É particularmente verdadeiro nesta raça, que há uma impressão de grande masculinidade nos machos, e uma impressão de feminilidade nas fêmeas. O macho deve ser mais corpulento do que a fêmea, com estrutura maior e osso mais pesado. Tanto uma aparência grosseira quanto falta de substância são igualmente indesejáveis.
O Dogue Alemão deve ser quadrado, na proporção entre comprimento e altura. Em cadelas, um corpo um pouco mais longo é permitido, desde que ela seja bem proporcionada em sua altura. O macho não deve ter menos de 80 cm de cernelha, a fêmea não deve ter menos de 72 cm de cernelha. Cães abaixo da altura mínima devem ser desclassificados.
CABEÇA
Em harmonia com o conjunto; alongada, estreita, marcante, mas não em forma de cunha; expressiva, finamente cinzelada (particularmente a região abaixo dos olhos). A distância da ponta da trufa até o “stop” e deste até o osso occipital levemente pronunciado deve ser preferencialmente a mesma. As linhas superiores do focinho e do crânio devem ser paralelas. Vista de frente, a cabeça deve parecer estreita, com a face dorsal da cana nasal (ponte nasal) o mais largo possível.
REGIÃO CRANIANA
Crânio - Arcadas superciliares bem desenvolvidas, mas sem serem protuberantes.
Stop - Claramente definido.
REGIÃO FACIAL
Trufa - Bem desenvolvida, mais para larga do que para redonda e com narinas bem abertas. Deve ser preta, com exceção dos dogues arlequins (dogue preto e branco malhado), nos quais uma trufa preta é desejável, mas se tolera uma trufa rósea com manchas negras (“nariz de borboleta”) ou toda cor de carne (rósea). Nos azuis, a trufa é de cor azul aço.
Focinho - Deve ser profundo e o mais retangular possível, sem ser pontudo ou com escassez de lábios, nem com lábios excessivamente pendulares (“lábios flutuantes”). Bordas dos lábios e comissura labial (canto da boca onde o lábio superior se continua com o lábio inferior) bem visíveis.
Lábios com pigmentação escura. Nos arlequins, toleram-se lábios parcialmente pigmentados ou cor de carne (lábios rosados).
A cana nasal nunca deve ser côncava (“nariz em sela” ou “focinho em prato”), convexa (“nariz romano” ou “focinho de carneiro”) ou caindo em direção à ponta (“nariz de águia” ou “Drop-off”). Os masseteres não devem ser proeminentes.
Olhos - Devem ser de tamanho médio, de inserção profunda e escura, com uma expressão inteligente e viva. As pálpebras são amendoadas e relativamente estreitas, com sobrancelhas bem desenvolvidas. Olhos de falcão e olhos da Mongólia são faltas graves. Em Arlequins e Merles, os olhos devem ser escuros, mas olhos azuis e olhos de diferentes cores são permitidos.
Nos azuis, a cor dos olhos variam em tonalidades mais claras de castanho a esverdeado. Pálpebras frouxas, que deformam o formato amendoado do olho (olhos caídos) são indesejáveis.
Orelhas - Devem ser inseridas altas, de tamanho médio e de espessura moderada; dobradas para a frente junto à face. A linha superior da orelha dobrada deve estar no nível do crânio. Se cortada, o comprimento da orelha preferencialmente deve ser proporcional ao tamanho da cabeça e as orelhas são portadas uniformemente eretas.
Maxilares / Dentes - Maxilares largos e bem desenvolvidos. Mordedura forte, saudável e completa (42 dentes de acordo com a fórmula dentária), articulada em tesoura (isto é, os incisivos superiores sobrepõem-se ajustados aos incisivos inferiores e são inseridos ortogonalmente aos maxilares).
Qualquer desvio de uma completa mordedura em tesoura é absolutamente indesejável. Nas bochechas (região infraorbitária) os músculos devem ser apenas levemente marcantes, e de forma alguma muito salientes.
PESCOÇO
O pescoço do Dogue Alemão deve se longo, sem excesso de pele solta (papada) ou barbela, musculoso e não deve ser curto ou grosso. A partir de sua inserção bem construída, vai afunilando suavemente em direção à cabeça, com a linha da nuca (linha dorsal do pescoço) arqueada. Portado erguido, com uma leve inclinação para frente.
TRONCO
Cernelha - É o ponto mais alto do seu robusto tronco. É formada pelas margens dorsais das escápulas, as quais ultrapassam os processos espinhosos das vértebras torácicas.
Dorso - Composto pela parte torácica e lombar.
Sua parte torácica é curta e firme, caindo, numa linha praticamente reta, quase imperceptivelmente para trás (em direção à garupa). De modo algum se apresenta ascendente para trás ou muito longo. Segue com a parte Lombar Ligeiramente arqueada, larga, com musculatura vigorosa.
Garupa - Larga, com musculatura forte, em declive suave do início do sacro até base da cauda, fundindo-se imperceptivelmente com a inserção da cauda. Não deve apresentar uma inclinação acentuada nem em posição plana.
Peito - Peito com boa largura e profundidade e com sua linha inferior (formada pelo esterno convexo e musculatura peitoral) atingindo as articulações dos cotovelos. Antepeito bem definido (pronunciado), sem ser excessivamente projetado a ponta do esterno.
Caixa Torácica – Com costelas bem arqueadas, estendendo-se bem para trás. Sem costelas planas ou em forma de barril.
Linha inferior e ventre - É a linha que continua a partir do externo. Ventre bem esgalgado para trás, formando uma linha graciosamente curvada com a parte inferior da caixa torácica (esterno + musculatura peitoral). No Dogue Alemão é indesejável um ventre pouco esgalgado, bem como mamas insuficientemente retraídas.
Cauda - Alcançando ponta dos jarretes e de inserção alta e larga, mas não exatamente no nível do dorso, como uma continuação da coluna vertebral. A cauda deve ser larga na base, afinando uniformemente até a o jarrete. Em repouso, pende para baixo formando uma curva natural; quando o cão está excitado ou em movimento, a cauda se curva ligeiramente em forma de sabre, mas não deve ser portada em forma de gancho ou em anel (enrolada), nem ultrapassar sensivelmente a linha dorsal, nem ser lateralmente virada (torcida para o lado). Não é desejável uma cauda em forma de escova.
MEMBROS ANTERIORES
Os membros anteriores devem ser bem angulados, com músculos e ossos fortes.
Ombros – De musculatura vigorosa. A escápula longa e inclinada forma, com o úmero, um ângulo de aproximadamente 100° a 110°. A linha da ponta superior do ombro até a parte de trás da articulação do cotovelo deve ser perpendicular. Os ligamentos e músculos que prendem a escápula à caixa torácica devem estar bem desenvolvidos, firmes e bem presos para evitar ombros soltos. A escápula e a parte superior do braço devem ter o mesmo comprimento.
Braços - Fortes e musculosos, bem ajustados ao tórax; devem ser ligeiramente mais longos que as escápulas.
Cotovelos - Nem virados para fora nem para dentro, devem estar na metade da distância entre a cernelha e o solo.
Antebraços - Fortes, musculosos, perfeitamente retos quando vistos tanto de frente quanto de perfil.
Carpos – Fortes e firmes, destacando-se apenas ligeiramente da estrutura dos antebraços.
Metacarpos – Quando vistos de frente, são fortes e retos; vistos de perfil, apresentam uma leve inclinação para frente.
Patas - Os pés (dianteiros) devem ser redondos e compactos com dedos bem arqueados, nem virando para dentro, nem para fora, nem rolando para dentro ou para fora. As unhas devem ser curtas, fortes e tão escuras quanto possível, exceto nos Arlequins, Mantados e Merles, onde elas podem ser mais claras.
MEMBROS POSTERIORES
Todo o esqueleto dos membros posteriores deve ser coberto por músculos fortes que fazem com que a garupa, os quadris e as coxas pareçam largos e arredondados. Vistas por trás, os membros posteriores (pélvicos) são paralelos aos membros anteriores (torácicos).
Coxas - Longas e largas, muito musculosas.
Joelhos - Fortes, posicionados quase verticalmente abaixo da articulação coxofemoral.
Pernas - Longas, aproximadamente do mesmo comprimento das coxas, bem musculosas.
Jarretes - Os jarretes devem ser fortes, firmes, nem virando para dentro nem para fora.
Metatarsos - Curtos, fortes, quase perpendiculares em relação ao solo.
Patas - Arredondadas; dedos bem arqueados e ajustados (pés de gato). Unhas curtas, fortes, na cor mais escura possível.
CORES
O Dogue alemão apresenta-se nas 4 cores básicas.
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Preto - Cor preto profundo;
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Dourado - Do dourado claro até o dourado escuro;
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Tigrado - A cor básica vai do dourado claro até o dourado escuro, com listras enegrecidas tão uniformes e claramente definidas quanto possível, posicionadas na direção das costelas.
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Azul - A cor deve ser um puro azul aço;
Uma série de combinações de padrões e marcações de cor podem surgir com essas 4 cores básicas. Para um maior entendimento, vide o guia de cores no site do Dogue Alemão Clube do Brasil.
MOVIMENTAÇÃO
A Movimentação denota força e potência, com passadas longas e fáceis, resultando em nenhum movimento, rolamento ou saliência da linha superior ou do corpo. A linha superior deve parecer nivelada e paralela ao solo. O longo alcance deve atingir o solo abaixo do nariz enquanto a cabeça é carregada para frente. A poderosa tração traseira deve ser equilibrada ao alcance. À medida que a velocidade aumenta, há uma tendência natural das pernas convergirem para a linha central de equilíbrio abaixo do corpo. Não deve haver torção para dentro ou para fora nas articulações do cotovelo ou jarrete
TEMPERAMENTO
O Dogue Alemão deve ser espirituoso, corajoso, sempre amigável e confiável, e nunca tímido ou agressivo.
FALTAS
Qualquer desvio dos termos deste padrão deve ser considerado como falta e penalizado na exata proporção de sua gravidade e seus efeitos na saúde e bem estar do cão.
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Cabeça - “Stop” muito pouco marcado;
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Focinho - Lábio enrolado (lábio inferior se posiciona entre os incisivos dos maxilares superior e inferior);
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Maxilares / Dentes - Desalinhamento individual de qualquer dos incisivos, mas desde que a mordedura permaneça predominantemente correta; dentes muito pequenos, mordedura parcialmente em torquês, falta dentária de P1 inferior;
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Olhos - Proeminentes ou inseridos muito profundamente;
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Antebraços - Arqueados. Proeminentes acima do carpo;
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Carpos - Proeminentes. Consideravelmente cedidos ou fletidos (dobrados) para frente;
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Membros posteriores - Angulações muito abertas ou muito fechadas;
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Patas - Achatadas, espalmadas (pés “achinelados”), longas; esporões (quintos dedos ou “ergôs”);
FALTAS GRAVES
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Temperamento - Falta de autoconfiança, tímido, nervoso;
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Cabeça - Cabeça de maçã, masseteres muito proeminentes;
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Olhos - Pálpebras frouxas, conjuntivas oculares excessivamente vermelhas;
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Jarretes de Vaca;
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Jarretes muito afastados (Perna em “Arco” ou em “Barril”);
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Dorso - Selado ou carpeado;
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Garupa - Muito inclinada (“caída”);
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Cauda - Com feridas abertas, espessa na ponta ou amputada;
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Movimentação - Passo de camelo contínuo;
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Falta dentária de P2, P3, 1 dos incisivos;
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Ombros - Soltos, sobrecarregados;
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Escápula em posição reta (verticalizada, pouca inclinada);
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Cotovelos – Soltos.
FALTAS DESQUALIFICANTES
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Agressividade ou timidez excessiva;
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Cães que apresentarem evidentes anomalias físicas ou distúrbios de comportamento devem ser desqualificados;
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Temperamento - Mordedor por medo, baixo limiar de tolerância;
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Trufa - Cor de fígado, trufa fendida.
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Olhos - Ectrópio, entrópio, macroblefaria. Olhos de cores diferentes nos dogues monocromáticos (de cores sólidas). Olhos de cor azul porcelana.
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Maxilares / Dentes - Prognatismo, retrognatismo, mordedura cruzada (torção de mandíbula), mordedura em torquês (pinça). Falta de P4, Molares e caninos. Ausência de mais de 2 dentes mesmo que incluídos como falta leve ou grave, ou 2 incisivos.
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Cauda – Quebrada;
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Jarretes muito próximos (Perna em “X”);
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Cor - Duplo merle (MM), branco (MMHh), albino;
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Tamanho/Altura - Abaixo da altura mínima