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Dogue de Bordeaux

APARÊNCIA GERAL: Tipicamente um molossóide braquicefálico concavilíneo. O Dogue de Bordeaux é um cão muito poderoso, com um corpo muito musculoso conservando, porém, um conjunto harmonioso. É construído mais próximo ao solo; a altura do esterno ao solo é ligeiramente menor que a profundidade do peito. Travesso, atlético e imponente, tem um aspecto muito dissuasivo.
 

Personalidade: Poderoso e musculoso.
 

Nível de energia: Moderadamente ativo.
 

Bom com crianças: Sim.

 

Bom com outros cães: Com supervisão.

 

Grooming: Sazonal.

 

Expectativa de vida: 5 - 8 anos.

Nível de latido: Late quando necessário.

  • RESUMO HISTÓRICO 

O Dogue de Bordeaux é um dos mais antigos cães franceses, provável descendente dos Alanos e, em particular, do dogue de caça ao javali sobre o qual o Gaston Phébus (ou Fébus) Conde de Foix disse, no século XIV, em seu “Livro de Caça”, que: “ele tem a mordida mais forte que três lebréis juntos”. A palavra “dogue” aparece no fim do século XIV. Em meados do século XIX, estes antigos dogues não eram reconhecidos em outro lugar além da Aquitania. Foram utilizados na caça de grandes animais (javali), em combates (frequentemente codificados), na guarda de casas e do gado, e a serviço dos açougueiros. Em 1863, aconteceu em Paris, no “Jardin d’Acclimatation”, a primeira exposição canina francesa. Os Dogues de Bordeaux participaram com seu nome atual. Existiam diferentes tipos: tipo de Toulouse, tipo de Paris e o tipo de Bordeaux, que é a origem do Dogue atual. A raça que tinha sofrido bastante durante as duas guerras mundiais, a ponto de ter sido ameaçada de extinção após a segunda guerra, retomou seu desenvolvimento nos anos 60.

País de Origem: França.

COMPORTAMENTO E TEMPERAMENTO: Antigo cão de combate, o Dogue de Bordeaux, talhado para a guarda, que assume com atenção e grande coragem, porém, sem agressividade. Bom companheiro, muito apegado ao seu dono e muito afetuoso. Calmo, equilibrado, com alto limiar de estímulo. O macho geralmente tem um caráter dominante.
 

CABEÇA: Vista pela frente ou por cima, é bem volumosa, angulosa, larga, bastante curta, de aspecto trapezoidal. As linhas superiores do crânio e a que sai da cana nasal são convergentes (para frente). A cabeça é sulcada de rugas simétricas de cada lado do sulco mediano. Estas rugas profundas e simétricas são móveis, dependendo se o cão está atento ou não. A ruga que vai do canto interno do olho para o canto da boca é típica. Se presente, a ruga que vai do canto externo do olho para cada canto da boca ou da barbela deve ser discreta.

  • REGIÃO CRANIANA 
     

• Nos machos: O perímetro craniano, tomado no ponto da maior largura, corresponde aproximadamente à altura na cernelha.

• Nas fêmeas: Pode ser ligeiramente menor.

 

O volume e a forma são as consequências do importante desenvolvimento dos ossos temporais, das arcadas supraorbitais, zigomáticas e do espaçamento dos lados da mandíbula. A região superior do crânio é ligeiramente convexa de um lado para o outro. O profundo sulco frontal atenua-se em direção da extremidade posterior da cabeça. A testa domina o rosto, mas não se sobressai a ele. No entanto, ainda é mais larga que alta.

 

  • REGIÃO FACIAL

 

Trufa: Grande, de narinas bem abertas, bem pigmentada conforme a cor da máscara. Admite-se a trufa arrebitada, mas não voltada para trás, em direção aos olhos.

 

Focinho: Poderoso, largo, volumoso, mas não empastado (carnudo) sob os olhos; bastante curto, linha superior ligeiramente côncava, com rugas tenuemente marcadas.  A largura diminui ligeiramente até a ponta do focinho que, visto de cima, tem o formato geral quadrado. Em relação à região superior do crânio, a linha do focinho forma um ângulo muito obtuso para cima. Quando a cabeça está na horizontal, a ponta do focinho, largo na raiz, volumoso e truncado, fica à frente de uma vertical, tangente à linha anterior da trufa. O perímetro do focinho é quase dois terços do da cabeça. Seu comprimento, varia entre um terço e um mínimo de um quarto do comprimento total da cabeça, da trufa à protuberância occipital. Os limites estabelecidos (máximo de um terço e mínimo de um quarto do comprimento total da cabeça) são permitidos, mas não procurados, ficando o comprimento ideal do focinho compreendido entre esses dois extremos.

 

Maxilares e Dentes: Poderosos e largos. O cão é prognata (o prognatismo inferior é uma característica da raça). A face posterior dos incisivos inferiores está à frente e sem contato com a face anterior dos incisivos superiores. A mandíbula curva-se para cima. O queixo é bem marcado e não deve ultrapassar exageradamente o lábio superior, nem ser encoberto por ele. Dentes fortes, particularmente os caninos. Os caninos inferiores são afastados e ligeiramente recurvados. Incisivos bem alinhados, principalmente os inferiores, que são organizados em linha aparentemente reta.

Lábios: Os superiores são espessos, moderadamente pendentes e retráteis. Vistos de perfil, apresentam uma linha inferior arredondada. Recobrem lateralmente a mandíbula. Na frente, o bordo do lábio superior permanece em contato com o lábio inferior, então desce de cada lado formando um “V” invertido e aberto.

 

Bochechas: Salientes, em virtude de um desenvolvimento muscular muito forte.

Olhos: Ovais, largamente afastados, numa distância entre os cantos mediais equivalente ao dobro da distância entre os bordos interno e externo de um mesmo olho (abertura palpebral). Olhar franco. A conjuntiva não deve ser aparente. Cor, do avelã ao marrom escuro, para os exemplares com máscara escura. Nos de máscara ruiva ou sem máscara tolera-se, mas não se busca, uma tonalidade mais clara.

 

Orelhas: Relativamente pequenas, de cor um pouco mais escura que a cor da pelagem. No seu conjunto, a frente da base da orelha é ligeiramente levantada. Elas devem cair, mas não ficarem suspensas e moles. O bordo anterior está perto da bochecha quando o cão está atento. A extremidade é ligeiramente arredondada; seu tamanho não pode ultrapassar o olho. De inserção bem alta, de forma que, vista de frente, a linha da dobra parece continuar a linha de contorno do crânio, dando-lhe a impressão de mais largo ainda.

 

PESCOÇO: Muito forte, musculoso, quase cilíndrico. Garganta com fartura de pele, frouxa e elástica. A circunferência média é quase igual a do crânio. O pescoço é separado da cabeça por um sulco transversal, ligeiramente acentuado e curvado. Sua borda superior é ligeiramente convexa. É muito largo na base, fundindo-se na inserção com os ombros. As barbelas bem definidas começam na garganta, fazendo dobras que vão até o antepeito, sem pender exageradamente.

 

  • TRONCO

 

Linha superior: Bem sustentada

 

Cernelha: Bem marcada. Dorso: Largo e musculoso.

 

Lombo: Largo. Bastante curto e compacto.

 

Garupa: Moderadamente inclinada para a raiz da cauda.

 

Peito: Poderoso, largo, longo, profundo, descendo abaixo dos cotovelos. Antepeito igualmente amplo e poderoso e, visto de frente, sua linha inferior (entre as axilas) é convexa para baixo do corpo. Costelas profundas e bem arredondadas, sem ser em barril. O perímetro torácico é de 25 a 30 cm maior que a altura na cernelha.

 

Linha inferior: Curvada do peito profundo ao ventre retraído; abdômen firme, nem pendente, nem muito esgalgada.

 

CAUDA: Bem espessa na raiz. A ponta alcançando, de preferência, o nível dos jarretes, sem ultrapassá-los. Portada baixa, sem ser quebrada, ou nodosa, mas flexível. Cauda pendente quando em repouso, eleva-se em geral de 90° a 120° em relação a esta posição quando o cão está em ação, sem curvar-se sobre o dorso ou se enrolar.

 

  • MEMBROS

 

ANTERIORES: Ossatura forte. Membros muito musculosos.

 

Ombros: Poderosos, com relevo muscular evidente. Inclinação média da escápula (em torno de 45° com a horizontal). Angulação escápulo-umeral pouco maior que 90°.

 

Braços: Muito musculosos. 

 

Cotovelos: Trabalhando, bem ajustados, não muito rentes ao tórax e corretamente direcionados para frente.

 

Antebraços: Vistos de frente, retos ou ligeiramente inclinados para dentro para aproximarem-se do plano médio, principalmente nos exemplares cujo peito seja muito largo. Vistos de perfil, verticais.

 

Metacarpos: Poderosos. De perfil, ligeiramente inclinados. Vistos de frente, às vezes, ligeiramente voltados para fora, para compensar a ligeira inclinação para dentro do antebraço.

 

Patas: Fortes, compactas, unhas curvas e fortes, almofadas plantares bem desenvolvidas e flexíveis; o dogue está bem posicionado sobre seus dedos, apesar do seu peso.

 

POSTERIORES: Membros robustos, bem angulados com ossatura robusta. Vistos por trás, os membros são paralelos e verticais, revelando potência, apesar dos posteriores serem menos largos que os anteriores.

 

Coxas: Muito desenvolvidas e grossas, com músculos visíveis.

 

Joelhos: Trabalhando num plano vertical, paralelos ao plano médio ou muito ligeiramente voltados para fora.

 

Pernas: Relativamente curtas, musculosas, próximas ao solo.

Jarretes: Curtos, fortes, de angulação moderada. Patas: Um pouco mais longas que as anteriores, dígitos compactos.

 

  • MOVIMENTAÇÃO: Bastante elástica para um molosso. Caminhando, tem movimento amplo e flexível próximo ao solo. Boa propulsão dos posteriores, boa amplitude dos anteriores, principalmente no trote, que é a andadura preferida. Com a aceleração do trote, a cabeça tende a abaixar-se; a linha superior tende a ascender em direção à garupa; as patas anteriores tendem a se aproximar do plano médio, indo buscar o solo bem à frente. O galope curto (“canter”) com movimento vertical muito importante. Capaz de grande velocidade em distâncias curtas, correndo rente ao solo.

 

PELE: Espessa e suficientemente solta, sem rugas excessivas.

 

  • PELAGEM

 

Pelo: Curto, fino e macio ao toque.

 

COR: Unicolores, em todas as gamas de fulvos, do acaju ao isabela. Deve-se buscar uma boa pigmentação. Manchas brancas pouco extensas são admitidas no antepeito e na extremidades dos membros.

 

  • MÁSCARA

 

Máscara Preta: A máscara é pouco extensa, não devendo invadir a região craniana. Poderá haver leve sombreamento no crânio, orelhas, pescoço e parte superior do corpo. A trufa é preta.

Máscara Marrom: (anteriormente conhecida como vermelha ou bistre): A trufa é marrom, bem como a orla das pálpebras e a borda dos lábios. Pode haver um sombreamento marrom não-invasivo; cada pelo apresentando uma parte fulvo ou areia, e uma parte marrom. Neste caso, as partes inclinadas do corpo tem uma cor mais pálida.
Sem Máscara: O pelo é fulvo; a pele parece vermelha (anteriormente conhecida como “máscara vermelha”). Nesse caso, a trufa então pode ser avermelhada ou rósea.

 

TAMANHO: A altura deve corresponder aproximadamente ao perímetro da cabeça. Altura na cernelha: Machos: 60 cm a 68 cm. Fêmeas: 58 cm a 66 cm. 1 centímetro para baixo e 2 centímetros para cima serão tolerados.

 

PESO: Machos: mínimo de 50 quilos. Fêmeas: mínimo de 45 quilos, com características idênticas aos machos, porém, menos pronunciadas.

Focinho: O comprimento do “stop” à trufa deve ser ligeiramente mais curto do que o do “stop” ao occipital. 
 

Trufa: Preta.

Maxilares e Dentes: Mordida em tesoura com maxilares e dentes fortes.
 

Lábios: Bem aderentes.

 

Olhos: Escuros e pequenos em forma amendoada, e as pálpebras devem ser aderentes. Não devem ser proeminentes. 
 

Orelhas: Caídas ou em botões.
 

PESCOÇO: Pescoço longo, forte e sem bardelas.
 

  • TRONCO
     

Linha Superior: Nivelado.

Dorso:
Reto e bem desenvolvido.
 

Peito: Mais profundo do que largo, com bom espaço do chão, permitindo que a ponta do esterno seja localizada a meio caminho entre o solo e a cernelha. Costelas bem arqueadas desde a coluna vertebral, achatando nas laterais de maneira que o perímetro atrás dos cotovelos possa ser medido por duas mãos​.
 

  • FALTAS 

Qualquer desvio em relação a este padrão deve ser considerado como falta e penalizado na exata proporção de sua gravidade e seus efeitos na saúde e bem estar do cão. 

FALTAS DESQUALIFICANTES

 

• Agressividade ou timidez excessiva.

• Todo cão que apresentar qualquer sinal de anomalia física ou de comportamento deve ser desqualificado.

• Cães atípicos.

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